Abro esse post com a seguinte questão: O Alojamento da UFV foi feito para "alojar" os estudantes que necessitam ou para "expulsa-los" em pleno final de período?
Talvez seja um presente de Natal não é? e que belo presente a UFV da as meninas do 1421.
Infelizmente uma integrante do Centro Acadêmico juntamente com suas colegas de quarto foram "convidadas", para não dizer novamente EXPULSAS, a ficar 15 dias fora do quarto. Outras perguntas veem a cabeça nesse momento... Para onde elas irão? Afinal não é de uma hora para outra que qualquer pessoa, independente de residir em alojamento ou não, consegue outro lugar para morar. O que a pessoa que inventou calunias sobre o 1421 está ganhando com isso? Pois o que o 1421 perde nós todos podemos imaginar não é verdade? Dias de angustias, dias sem estudar pensando no que fazer, horas ligando para uns e outros em busca de solução...
Enfim, penso que não há razão para que isso ocorra em um lugar que foi feito para educar e dar o exemplo.
Aproveitando o espaço que temos nesse blog, gostaria de divulgar a todos o que ocorreu sobre esse assunto e convidar, caso achem coerente, a assinarem o abaixo-assinado.
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* Para visualizar o processo CLIQUE AQUI! obs: Nesse processo não consta a convocação de depoimento para o quarto 1421! Não por que não foi colocar na internet, mas pq nunca houve convocação!!! A decisão foi tomada sem ouvir nenhuma das moradoras! Como chega-se em uma condenação sem o réu ter direito a defesa?
* Para visualizar o recurso apresentado pelas moradoras CLIQUE AQUI!
* Para visualizar a resolução da Comissão Disciplinar de Alojamento em manter a pena CLIQUE AQUI!
* A resolução 01/98 do Consul que acusa as moradoras CLIQUE AQUI
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AS PALAVRAS DAS MORADORAS:
O processo:
As moradoras do apartamento 1421 do Alojamento Velho receberam na sexta-feira, dia 12 de novembro, o julgamento do processo em que são acusadas de impedirem a entrada mais moradoras no quarto. As estudantes teriam até o dia 22 de novembro (10dias) para retirar todos os pertences do quarto. Depois de 15 dias sem casa as estudantes - que não moram no alojamento por opção e sim por necessidade – poderiam voltar, mas teriam que procurar, individualmente outro apartamento.
O julgamento: A Comissão disciplinar de Alojamento que julgou o processo, recebeu a acusação do Chefe da Divisão Estudantil, ouviu o depoimento das acusadas e uma testemunha apresentada pela acusação e deu a decisão final. Tivemos a oportunidade de nos defender apenas do que disse a acusação. Depois que a testemunha da acusação apresentou fatos que não condizem com a verdade, fomos julgadas e tivemos a pena decretada. Fomos chamadas pelo Pró-Reitor de Assuntos Comunitários para receber a punição e informadas que não poderíamos recorrer à decisão. É necessário observar que o Chefe da Divisão Estudantil (quem acusa as moradoras) embora não seja membro da Comissão Disciplinar de Alojamentos, comparece nas mesmas como convidado. As opiniões dele, embora não conste nos relatórios, é ouvidas e influencia a Comissão e suas decisões. (?) 10 dias de tensão.Depois de muitas lágrimas, pânico e humilhação que a situação nos fez passar, conseguimos apresentar um recurso e ficar no alojamento até que a comissão o julgasse. Você deve estar se perguntando: como pode um recurso ser apresentado para uma mesma instância? O recurso foi julgado na terça feira, dia 23 de novembro de 2010, e a decisão foi manter a pena aplicada.
Alguns pontos que ressaltamos: 1- Não impedimos a entrada de mais estudantes no quarto, portanto não podemos sofrer as penas impostas: Na carta que anexamos formalmente ao processo, requeremos melhores condições de habitação e pedimos uma reunião para rever o número de integrantes por quarto. Em momento nenhum nos negamos a receber mais integrantes no quarto. O depoimento da testemunha, mesmo mal intencionado, diz que havia um papel em nossa porta marcando visitas para entrevistas. Para que colocaríamos um papel marcando entrevista se nos negássemos a receber estudantes?
Afirmamos que é impossível viver com o mínimo de dignidade com seis pessoas em um quarto. Mas não impedimos a entrada de mais duas integrantes. Inclusive, até julho de 2010 moravam cinco integrantes no nosso quarto. A quinta moradora saiu porque se formou. Este dado pode ser confirmado nos registros da Divisão de Assuntos Estudantis. 2- Nossa Defesa Em momento nenhum, como vocês podem ver no processo, nos perguntaram se aceitaríamos ou não mais duas estudantes no nosso quarto. Encaramos este processo como uma forma de reclamar por melhores condições de alojamento, já que não conseguimos articulá-la pela Divisão de Assuntos Estudantis e pela Comissão de Moradores de Alojamento.
A Pró Reitoria de Assuntos Comunitários, em momento nenhum nos chamou para saber o que estava acontecendo, como foi pedido na acusação do Chefe da Divisão de Assuntos Estudantis, preferiu iniciar um processo administrativo. 3- A suspensão do direito de morar Além de ficarmos 15 dias sem ter onde morar, não teremos nosso apartamento de volta. Primeiro, se moramos no alojamento, não é porque gostamos e sim porque precisamos. Morar no alojamento significa: não tenho dinheiro para pagar moradia (ou não?) Segundo, não teremos nosso apartamento de volta depois de 15 dias sem teto.
A Comissão Disciplinar afirma tomar esta decisão porque reclamamos das condições de alojamento. Desde a década de 60 este procedimento é conhecido como censura. Nas nossas falas reclamamos não apenas das condições do nosso apartamento, como também das dos outros (leiam nossa defesa). Os problemas de moradia são em todos os alojamentos, portanto isto não justifica sermos expulsas do local onde moramos. Temos fogão, geladeira, sofá e eletrodomésticos comprados em comum. Como faremos com nossos móveis se cada uma for para outro alojamento? Não queremos também nos separar.
Nós quatro temos uma convivência harmoniosa e queremos continuar morando juntas. É bem sabido que em épocas de ditadura, costumava-se separar os grupos que reivindicam melhores condições de vida. Será este o motivo de uma sansão tão descabida? Presente de natal? Estamos no final do período, com provas, trabalhos, estágios para cumprir. Estamos sendo prejudicadas. Como poderemos achar outro quarto para morar daqui a 15 dias, se o período terá terminado e a maioria dos moradores de alojamento estarão de férias?
Conclusão: * Não concordamos o julgamento da Comissão Disciplinar, pois além de não ter sido considerado a natureza das nossas reivindicações, fomos acusadas de não deixar entrar mais moradoras, o que pode ser desmentido pelos seguintes pontos: - Até julho deste ano morávamos em cinco pessoas; - Colocamos uma papel na porta marcando horário para entrevistas; *A testemunha Ana Carolina mentiu em seu depoimento. Chegou a afirmar, por exemplo, que desmontamos a terceira beliche no nosso quarto. O que é visivelmente uma mentira, vide a foto anexada antes do depoimento da mesma na nossa defesa. *A UFV precisa reformular as leis que regem os alojamentos. Alguns dizem que precisa endurecer. A mínima noção de direitos humanos faz crê que além de injusta, a lei é ultrapassada (de 1998) para os dias atuais.
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Se depois de ler todo esse post você achar isso um absurdo e quiser com a gnt mostrar nossa indignação assine o abaixo-assinado CLICANDO AQUI!
É bom ver que conseguimos não deixar este absurdo ficar debaixo do pano. E melhor ainda é saber que existem estudantes da UFV que entenderam nossa denúncia! Valew pessoal pelo apoio.
ResponderExcluirEste abaixo assinado não vai nos livrar da pena que já estamos cumprindo desde que este processo começou, mas pode iniciar uma discussão mais séria sobre assistência estudantil e sobretudo sobre os processos administrativos dentro da UFV.
É bom ver que existem estudantes na UFV que também não concordam que assistência estudantil não é um favor e sim uma obrigação.
ResponderExcluirExigir melhoras é um direito de todos.